domingo, 29 de março de 2009

O Melhor Texto de Todos os Tempos

Durante as minhas vidas (atividades), percebi que os grandes talentos são os que conhecem profundamente o básico, enxergam o óbvio e fazem muito bem as coisas simples e essenciais. Além da técnica de cada profissão, eles possuem conhecimentos mais amplos, de outras áreas, e uma maior capacidade de observar, sintetizar, decidir e criar, no momento certo. A maior parte dessas qualidades não se aprende nas escolas.Quando era professor de medicina, havia os alunos que só se interessavam pelas exceções e pelo que não era importante e os que aprendiam bem todos os detalhes básicos -estes últimos iriam se tornar excelentes profissionais.Mesmo os gênios, que fogem à rotina e ao raciocínio lógico, são os que tornam simples as coisas complexas. Não se pode banalizar também a palavra e chamar todos os craques de gênio. Esses são raríssimos.Na adolescência, assisti a uma partida do Santos. Pelé e Coutinho trocavam passes até sem um olhar para o outro. Após uma tabela, Pelé jogou a bola entre as pernas de um zagueiro, encobriu o goleiro e fez o gol.Escutou-se um "ooohh" de espanto na arquibancada. Diante dos movimentos do zagueiro e do posicionamento do goleiro, Pelé fez com muita técnica, simplesmente, o que se deveria fazer e poucos fazem. Depois que fez, parecia fácil. Nisso estava a sua genialidade.Os grandes treinadores são também os que fazem as coisas simples e essenciais. Alguns seguem também a intuição e inovam e arriscam, no momento certo -estes são os mais criativos e os melhores.Há muitos treinadores confusos ou inexperientes, que gostam de complicar. É mais fácil.

2 comentários:

Andre de P.Eduardo disse...

"Tornar as coisas simples complexas".

Zidane, Zidane, Zidane zunindo na minha cabeça...
Tem um texto (o 2º melhor de todos os tempos do Jorge Coli sobre o gênio franco-argelino).

(E Santos sempre Santos, dentro ou fora do alçap]ao....!)

jose disse...

Sim. Zidane é como um Matisse,mas Nelson Rodrigues deixou escrito : “Pelé podia virar-se para Michelangelo, Homero ou Dante e cumprimentá-los com íntima efusão: - como vai colega?