quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

O Aniversariante

Roubei algumas palavras do Mestre CONY.
São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 2006 CARLOS HEITOR CONY
O primeiro e o mais audacioso dos gênios é Cristo. Não o teológico, mas o simples homem. A HUMANIDADE tem produzido gênios. São ocasionais, escapam às leis, nascem sem fórmulas. E muito raramente. Já a fabricação dos imbecis é em série. A Bíblia, em linguagem de quase relatório industrial, já dizia: "Stultorum numerus est infinitus", o número de imbecis é infinito. Aceitando a idéia de uma fabricação em série, podemos notar que o acaso coopera imprevistamente no processo de uma das peças, e surge uma espécie de alma, um mistério, um o que quer que seja que a fundição dá ao metal, que o martelo do montador dá às peças: a personalidade da máquina, a vida.Esse acaso é imprevisível: não há leis nem fórmulas para condicioná-lo. O restante do gado -e somos todos nós- tem apenas a percepção suficiente para sentir que há algo de sobre-humano em determinado homem, seja ele carpinteiro, como Cristo, tapeceiro, como são Paulo, imperador, como Napoleão, artista de circo, como Shakespeare.Seria ridículo tentar promover uma lista dos maiores gênios. Mesmo porque cada grupo racial ou religioso possui sua lista particular, cada setor do pensamento, cada escola de arte tem a sua galeria própria. Contudo, para melhor definirmos a nossa concepção de gênio, citaremos fortuitamente alguns deles, escolhidos dentre os mais paradoxais extremos da arte ou da ciência: Cristo, Napoleão, César, Shakespeare.Não querem -por razões óbvias- esses nomes afirmar uma identidade entre si nem formar paralelos, embora os gênios sejam, em última e filosófica análise, de uma só identidade ontológica, e, além do cimo das montanhas, além das nuvens -nas fronteiras com o infinito e nos limites da possível eternidade-, os gênios sejam todos paralelos.O primeiro e o mais audacioso dos gênios, por isso mesmo o maior de todos, é Cristo. Não o Cristo teológico, pois a afirmação de sua natureza teológica, se por um lado o eleva à condição de Deus, por outro o anula em sua condição de homem; com efeito, a admitir-se as duas naturezas em sua pessoa, o simples homem que nele restaria não teria outro mérito senão o de emprestar sua matéria a um Deus.Se, porém, ignorarmos convictamente o seu lado sobrenatural, facilmente se constatará a presença do gênio naquele nazareno de olhos cândidos e sonhadores, camelot de coisas eternas, que acima da ciência e da arte de seu tempo, acima do próprio tempo, soube aprofundar-se no estudo da alma humana, soube elevar a condição humana até onde nenhum outro místico, nem Buda, nem Moisés, nem Elias, conseguiu elevar. Soube não apenas interpretar o homem e sua alma mas a si mesmo -"Ego sum veritas".César, ao contrário de Cristo, que foi apenas um profeta nômade e sonhador, foi quase tudo o que poderia ser um romano e um dono do mundo. Cônsul, pretor, orador, historiador, autor de um tratado sobre a analogia, filósofo, devasso, soldado e finalmente César -Caio Júlio não seria nada se não tivesse sido um legitimo gênio da humanidade.Em sua auto-suficiência, antes do galileu se dizer Filho de Deus, ele tentou se passar por filho também de deuses e teve sacerdotes, templos e culto. "Não tremei! César vai a bordo!", gritou em certa noite de temporal, encorajando os barqueiros que tremiam, muito antes de um outro repetir em Tiberíades: "Homens de pouca fé, por que duvidastes?"Napoleão, como nenhum outro homem, sentiu a grande inquietação da alma humana. Impetuoso demais para o laboratório da ciência ou da cela do místico, tentou fazer de tudo, em tudo se meter, para nada deixar sem os estigmas de suas águias -símbolo muito mais apropriado às suas inquietações do que às suas armas. Em plena campanha do Egito, lamentou que a Europa estivesse habitada por "toupeiras que protestariam caso se proclamasse Filho do Padre Eterno". Preocupado com todo o mundo físico e metafísico que o rodeava, suas leis, seu direito, sua história, seu futuro -foi bem o exemplo mais notável desse acaso que gera super-homens.Shakespeare foi um apagado artista circense. Como autor, sua obra ficava em plano inferior a do seu conterrâneo Ben Johnson. Hoje, sabemos tudo: como sua existência vem sendo negada para desculpar a mediocridade dos que não perceberam o seu gênio universal. Cristo, César, Napoleão também foram negados, os medíocres não se conformam com a existência dos gênios, e nem sempre há calvários, idos de março ou santas Helenas à disposição. Bacon, Jorge 1º e Cristopher Marlowe já foram, sucessivamente, os autores da obra shakespeareana. Destino afinal lógico para quem enunciara a questão do ser ou não ser.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Luz...Jose...Emoção

Encanto e ironia.O rosto de Capitu,as palavras de Machado de Assis.A vida.

Luz ...jose...ação

Eu conheci ao mesmo tempo Paulo Francis e John Woo.Vi o Paulo falando em tom de lamento que talvez o cinema fosse só MOVIE e dava como exemplo A Ultima Ameça.Fui ver o filme.O resultado é que já devo ter visto todos os fimes do diretor chines que lançaram aqui no Brasil e tambem me tornei leitor fanatico do Francis:um cara que conseguia falar mal de tudo e achar algum encanto em cada coisa.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Eu pensava que Capitu ia ser um abacaxi.Fui surpreendido.Fiquei emocionado com as lembranças da tarde que inaugurou a vida de Bentinho(A musica é tão bonita quanto Capitu).Ri e fiquei assustado com tipos como Jose Dias.Machado,com a ajuda do Luiz Fernando Carvalho, conseguiu juntar as duas pontas da minha vida.

domingo, 23 de novembro de 2008

O Alienista

Acabo de ler O Alienista de Machado de Assis na adaptação para HQ de Fábio Moon e Gabriel Bá.Simplesmente genial.É um otimo modo de sermos apresentados a humanidade desenhada pelo Bruxo Do Cosme Velho com as tintas da arrogancia e da loucura.Nessa dança fértil do começo do Milênio entre o Cinema e a Nona Arte quem saiu ganhando foi o velho Machado.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Batman

Não vou fugir.Aí vai minha opinião sobre esse fenomeno.Acompanhei de perto o debate provocado no Canto do Inacio pelo cavaleiro das trevas e me lembrei de um texto do Jose Geraldo Couto escrito para o dia do futebol.Nessa cronica ele chegou a conclusão que sem o futebol nós brasileiros conheceríamos menos nossas manias.O filme do Batman,nas mãos do Inácio,funcionou como uma psicanálise coletiva na qual todos os nossos transtornos desfilaram naqueles comentários.Já é muito conhecido o link entre Freud e o cinema.Agora acho que também ficou demonstrada a importancia dos personagens de HQ,principalmente do Batman deste filme,no esclarecimneto dos nossos interiores.Todos ficamos mais lúcidos apesar do mal-estar que sentimos durante a exibição do filme.É um veneno-remedio como diria Wisnik