sábado, 14 de fevereiro de 2009

Paulo Francis dizia que...

(O Globo, 18/02/96) - EUA - Demi - Demi Moore não devia ter colocado silicone no seio. Não precisava. Seus recursos naturais eram mimosos, como vimos quando foi ao Rio. Não é todo homem, eu diria que não é homem de bom gosto, que admira os seios tamanho família, produzidos pelo silicone, que, falando nisso, parecem todos iguais e de borracha.Ainda assim, Demi é um taco. Nos bons tempos de Hollywood, ela receberia o apelido de O Corpo e seria mostrada nua, na medida pré-pornográfica permitida às estrelas, e faria muito amor. Mas a moda hoje exige atividade importante para a mulher. Demi em "A letra escarlate", desconstruiu sem dúvida a história de repressão sexual e calvinismo, escrita por Nathaniel Hawthorne, de quem um avô foi juiz calvinista que queimou feiticeiras. Agora, em "A jurada", ela é convidada a fazer parte de um júri e diz que gostaria muito. Mulher como Demi preferia ir para a Romênia a ser jurada. É chatíssimo. Paga mal. Muita gente não vota, já que o voto não é obrigatório nos EUA, porque, se se tira título de eleitor, se é candidato certo a jurado.O réu é da Máfia. Demi começa a ser ameaçada por um modelo de roupas masculinas, Alec Baldwin. Tem um filho de 11 anos. Alec ameaça atropelá-lo. Os dois berram muito nessa seqüência, imaginando que isso é representar como manda o Actor’s Studio. Demi freta um avião sem sequer ter cartão de crédito... O quebra-pau final é no Panamá. Não falemos de verissimilitude. Estamos no mesmo mundo de narcisismo estratosférico que leva a uma invasão de índios na terra de Esther Prynne, na "Letra morta" de Demi. Vai-se vê-la pelo corpo. Querer drama é pedir demais.

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